Um influenciador digital conhecido por promover o Jogo do Tigrinho, famoso nas redes sociais, foi alvo de uma operação policial em São Paulo na quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025. A ação, conduzida pela Polícia Civil, resultou na prisão de Emerson Rodrigues, de 28 anos, acusado de envolvimento com jogos de azar ilegais. O jovem, que acumulava quase 400 mil seguidores no Instagram, usava sua plataforma para atrair jogadores ao esquema, prometendo lucros altos. A operação, batizada de Tigrinho, cumpriu 11 mandados de busca e apreensão. A investigação revelou um prejuízo de R$ 1 milhão às vítimas. O caso expõe os riscos de apostas online ilegais.
Emerson ganhou fama ao exibir uma vida de luxo nas redes, com carros importados, viagens e roupas de grife, supostamente financiada pelo Jogo do Tigrinho. O jogo, um caça-níquel virtual, é proibido no Brasil por violar a Lei das Contravenções Penais. Ele publicava vídeos diários incentivando seguidores a apostar, oferecendo links para plataformas clandestinas. A polícia estima que o influenciador lucrava com comissões por cada novo jogador recrutado. A ostentação era parte da estratégia de marketing. A operação desmontou essa fachada de sucesso.
A investigação começou após denúncias de vítimas que perderam grandes quantias no Jogo do Tigrinho, sem nunca receber os lucros prometidos. A Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos rastreou a rede por três meses, identificando Emerson como peça-chave na promoção do esquema. Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, o influenciador não atuava sozinho, mas integrava uma organização criminosa maior. Foram apreendidos celulares, computadores e R$ 50 mil em espécie na casa dele. A polícia agora busca outros envolvidos. O caso mostra a vulnerabilidade de quem confia em promessas online.
O Jogo do Tigrinho funciona como um cassino virtual, onde os participantes apostam dinheiro real em rodadas aleatórias, sem regulação ou garantia de pagamento. Emerson convencia seguidores com depoimentos falsos de supostos ganhadores, criando uma ilusão de lucratividade. Muitos investiam economias ou se endividavam na esperança de enriquecer rápido. A operação revelou que as plataformas manipulavam resultados para maximizar perdas. O delegado alertou que jogos assim são armadilhas travestidas de oportunidade. A popularidade do influenciador amplificou o golpe.
A prisão de Emerson ocorreu em um condomínio de alto padrão na Zona Sul de São Paulo, onde ele vivia com a família. Os policiais chegaram ao local às 6h, surpreendendo o influenciador ainda na cama. Vídeos da ação, divulgados pela Record, mostram o momento em que ele é algemado e levado à delegacia. Além do dinheiro e eletrônicos, foram encontrados documentos que podem ligá-lo a operadores internacionais do Jogo do Tigrinho. O advogado de defesa não se pronunciou até o momento. A operação foi um golpe duro no esquema.
O impacto da prisão vai além de Emerson, reacendendo o debate sobre a influência digital e os riscos de jogos ilegais no Brasil. Especialistas apontam que influenciadores têm responsabilidade ao promover atividades duvidosas, especialmente para públicos jovens e vulneráveis. A Polícia Civil planeja novas fases da Operação Tigrinho para desarticular a rede por completo. O caso também pressiona por maior regulação das redes sociais. A fama de Emerson virou sinônimo de alerta. A sociedade cobra mais proteção contra golpes virtuais.
Para as vítimas, a operação traz alívio, mas não a certeza de recuperação financeira. Muitas relatam vergonha por terem caído no golpe do Jogo do Tigrinho, enquanto outras planejam ações coletivas na Justiça. O delegado Fabiano estima que o número de prejudicados pode chegar a milhares, considerando a escala da audiência do influenciador. O prejuízo total ainda está sendo calculado, mas já é um dos maiores golpes digitais recentes. A confiança nas promessas online foi abalada. O caso serve de lição para consumidores.
Por fim, a queda de Emerson Rodrigues marca o fim de uma era de ostentação ligada ao Jogo do Tigrinho, mas também o início de um combate mais amplo contra crimes cibernéticos. A prisão do influenciador é um recado claro: a polícia está de olho em quem lucra com a ingenuidade alheia. A Operação Tigrinho expôs como redes sociais podem ser usadas para fins ilícitos, desafiando autoridades a agir com rapidez. O Brasil assiste a um capítulo marcante na luta contra fraudes digitais. O futuro dirá se a lição foi aprendida. A justiça segue em busca de respostas.